A Albert von Brunn

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Saint-Nazaire,18 de novembro de 1992.

Caro Albert,
Grato pela sua carta.
Você não imagina como é bom para um escritor receber palavras calorosas
como as suas. Talvez seja principalmente por coisas assim que escrevemos.
Sim, Dulce Veiga está saindo em junho pela Kieppenheur (não sei se o nome da
editora está correto), com tradução de Gerd Hilger — e virei para o lançamento,
que coincide com a Interlit, encontro de escritores em Erlangen.
Não sei ao certo como ajudá-lo. Diga-me as suas dúvidas em relação à
astrologia, candomblé, música ou qualquer outro assunto, que responderei. Tenho
comigo uma fita cassete linda de Nara Leão — mas não tenho como copiá-la — se
conseguir, envio para você.
Saindo daqui desta “Maison” no início de janeiro, devo ir a Amsterdam,
Köln e Bad Homburg, perto de Frankfurt — mas não creio que seja possível passar
em Zurich. Faço-lhe uma contraproposta: estou num apartamento bastante grande, e
posso receber hóspedes. Me agradaria muito recebê-lo.
Pena que meu conhecimento do alemão não me permita ler seu texto sobre
Rubem Fonseca. Estudei alguns meses no Instituto Goethe, mas não fui em frente:
comecei a enlouquecer com os números!
Desejo-lhe boa sorte. E coloco-me à sua disposição para o que for
necessário. Um abraço
Caio Fernando Abreu

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